O Casamento Real realizado na cidade do Porto entre dom João I, rei de Portugal e da inglesa dona Filipa de Lencastre, filha do duque de Lencastre, foi um dos factos históricos mais importantes da História de Portugal.
Aqui atrasado já postamos no nosso Facebook e Blog, um texto sobre o referido Casamento, tal da autoria de António José dos Santos Silva, um dos directores da Porto Mítico.
Agora é colocada um novo texto (mais completo) sobre o citado Casamento Real, isso também da autoria do referido director. Tal texto serviu para uma Palestra proferida pelo seu autor em 7 de Dezembro de 2013, no Clube Fenianos Portuenses.
O CASAMENTO, NA CIDADE DO PORTO, DE DOM JOÃO I COM DONA FILIPA DE LENCASTRE, FRUTO DO TRATADO DE WINDSOR, CELEBRADO A 9 DE MAIO DE 1386 ENTRE PORTUGAL E A INGLATERRA – SUAS CONSEQUÊNCIAS IMEDIATAS E FUTURAS
Uma dissertação Pública
de António José dos SANTOS SILVA
Clube Fenianos Portuenses - 7 de Dezembro de 2013
Como é do bom uso e costume da boa educação, começaria por agradecer a todos quantos aqui quiseram estar presentes para me ouvirem nesta minha dissertação. Quero também desejar a todos uma boa tarde.
Quero agradecer às poetisas Ana Bárbara Santo António e Teresa Teixeira o facto de terem acabado de declamar aqui quatro poemas de Fernando Pessoa, da Mensagem, ou sejam, D. Filipa de Lencastre, O Infante, D. Pedro, Regente de Portugal, Horizonte.
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Imagem de "Porto a Pé" |
Quero agradecer ao Dr. José António Salazar Ribeiro o facto de ter acabado de fazer um circunstanciado relato cronológico dos antecedentes políticos e sociais da Crise de 1383-1385 a qual também é comum designar por interregno. Uma perturbação começada por dom Fernando I que para além do seu cognome oficial de “O Formoso” foi sobretudo o inconstante, isso pela razão do enredo dos seus múltiplos jogos políticos e de corte. Fraco rei faz fraca a forte gente, disse o povo também dele. Vox populi vox Dei.
Os tempos de hoje são tempos em que a propagação da palavra se faz, cada vez mais, pelas imagens. Por isso as folhas de papel com muitas palavras escritas são como que objecto de uma reprovação geral. Ainda muito recentemente um amigo meu que foi fazer uma tese de doutoramento na área do Direito, tese essa efectuada em Braga, na Universidade do Minho, foi “brindado” (é preciso ter desplante) com o seguinte dito por um membro do júri: Caro doutor, então o senhor apresenta-nos aqui uma tese com duas mil e quatrocentas e tal folhas? Já viu o trabalho que nos deu para ler a sua tese? O meu amigo foi aprovado com nota máxima de muito bom. Logo que pôde abandonou Portugal e é hoje professor catedrático na mais prestigiada universidade de São Paulo e do Brasil. Eu não faço tensões de ir para o Brasil. Mas também este meu escrito não tem duas mil e quatrocentas e tal folhas. O que muito vos alegrará, disso não tenho quaisquer dúvidas. Este meu escrito tem apenas 10 folhas escritas. Em letering Times New Roman, tamanho 14. Podem respirar fundo…
Esta minha dissertação não vai ser muito aprofundada visto que isso naturalmente implicaria que o seu desenvolvimento tivesse que ser, necessariamente, mais vasto o que não apenas colidiria com o tempo que tenho disponível como com a vossa paciência. Também nem sequer é uma tese que vos quero aqui apresentar. No fundo é apenas um leitmotiv para ter uma conversa convosco sobre uma realização histórica que está neste momento em Marcha e que vem sendo anunciada. Dar a esse Evento o devido enquadramento.
Um dia destes, dava eu um último retoque a esta minha dissertação, como que a aprimorar a mesma, já que fica sempre bem apresentar trabalho limpo, quando eu dei por mim a muito seriamente e em profundo silêncio a reflectir se realmente o que eu vim aqui falar-vos era uma dissertação clássica ou antes seria uma oração, não apenas no sentido religioso do termo mas também no seu sentido literário.
Estou plenamente agora convencido que o termo oração, aplicado nesses dois sentidos que acabei atrás de referir será o mais adequado ao caso.
Por assim ser, apenas encontrei duas palavras que sejam verdadeiramente indicadas para começar pelo princípio de uma oração – AVÉ MARIA!
Por isso não é pelo mero acaso que eu logo no começo desta minha falação dou um particular enfoque sobre a batalha de Aljubarrota. Não foi verdade que a mesma foi travada em vésperas do dia de nossa Senhora de Agosto? Não se chama o Mosteiro da Batalha de Santa Maria?
Nessa exacta perspectiva eu gostaria de vos falar pelo princípio dos princípios, até porque eu defendo que nós devemos falar sempre do princípio para o fim e não deste para o princípio.
Quero falar de Aljubarrota. Mas não falar-vos propriamente daquela que no ano de 1385, em 14 de Agosto, foi ferida em São Jorge, e que ganhamos.
A Aljubarrota de que vos quero aqui falar é de uma Aljubarrota simbólica. Passo a explicar isso melhor.
É do Espírito de Aljubarrota de que eu vos quero falar.
Neste momento encontra-se em curso, para o Centro Histórico do Porto, uma Recriação Histórica – o casamento de dom João I com dona Filipa de Lencastre, do baptizado do infante dom Henrique, de uma Grande Feira Medieval. Esta Ideia, este Projecto, está, cada dia que passa, a ser mais divulgado e a adesão das gentes tripeiras (mas não só!) está a ser fantástica e ainda, como se costuma dizer, a procissão ainda vai no adro.
Mas importa, que para a sua realização exista o Espírito de Aljubarrota. E eu disso não vou abrir mão.
Porque é que ganhamos a batalha de Aljubarrota, a outra, acontecida em 1385?
Obviamente que eu não vos vou maçar aqui com uma explicação académica sobre tal fita do tempo, dos acontecimentos e dos motivos gerais que conduziram a essa vitória. Quero apenas dar um especial enfoque a duas poderosas razões: primeiro, fomos nós e não o inimigo que estrategicamente escolheu o terreno para travar a peleja. Segundo, as forças portuguesas não se dividiram – tiveram um comando único. Existiu unidade no comando e na acção como se diz em termos de estratégia militar. Isso representou uma lição a reter por todos nós para agora, para sempre e para o futuro.
Existiu nela, também, um importante detalhe de natureza táctica: o quadrado, que já tinha sido utilizado pelos ingleses, vitoriosamente, na batalha de Azincourt, em França.
É dentro da comunhão do Espírito de Aljubarrota que o grande Evento que se encontra em Marcha no Porto, para o Centro Histórico do Porto, deverá caminhar sempre.
Impõe-se, desde já, nestas minhas primeiras palavras e como para que um breve elucidário saber o que realmente é a História. E o que é e pode ser a História? Sabem? O que é que vocês todos aqui presentes acham que seja a História?
Desde os tempos de Heródoto que a História nos dá lições.
Sobre a História já Jaime Cortesão disse que ela é a explicação do presente e a arte de prever. Estão agora a ver melhor o que é a História?
A História, no fundo, é a recusa do Culto do Vazio. O Passado sempre fascinou o Homem. O Passado é a Pedra Angular da personalidade do ser humano. O Passado é o somatório de histórias, conhecimentos, tradições, costumes, identidade, cultura nas suas várias manifestações, experiências, etc. E assim o é para os indivíduos, para a colectividade, como para os povos. Ai de quem não tenha Memória de si mesmo.
Este ano o Tratado de Windsor fez em Maio que passou 627 anos de existência. É o Tratado mais antigo do Mundo firmado livremente entre dois Estados corporizados estes como duas nações organizadas: Portugal e a Inglaterra. Falando também aqui do casamento de dom João I com dona Filipa de Lencastre, este, em Fevereiro passado, fez 626 anos.
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O casamento entre dom João I com dona Filipa de Lencastre não representou apenas uma Lição de História que ficou registada na História de Portugal, foi igualmente uma demonstração do triunfo da vontade sobre a realidade. Tal casamento real significou um tempo da predominância das certezas sobre as dúvidas ou, o que é mais ainda: sobre o próprio direito de duvidar. Esse casamento esmagou as espadas da incerteza.
Moribunda, no seu leito, por causa da peste, dona Filipa de Lencastre, em 1415, teve ainda derradeiras forças para entregar a dom Duarte, a dom Henrique e a dom Pedro, seus filhos, três espadas. Na volta da conquista de Ceuta, dom João I, com essas três mesmas espadas armou-os, aos três, cavaleiros. Aconteceu no reino do Algarve, em Tavira. Tinha Começado a Grande Aventura Portuguesa. Tinha começado a Primeira Globalização do Mundo.
Penso que se torna deveras interessante como que descodificar um pouco a razão, embora existam teses historiográficas que apontem outras, pelo facto do burgo tripeiro ter tido, no espaço temporal que foi de 1387 a 1394, dois extraordinários acontecimentos históricos, ou sejam, o casamento que aqui venho a referir e também o baptizado do infante dom Henrique.
Não irei aqui assentar, com fundamentos mais alargados, as razões profundas que motivaram as não ocasionais estadias de dom João I e de dona Filipa de Lencastre aqui nesta cidade do Porto, que os reis da dinastia de Avis se habituaram a designar como Cidade Real ou Mui Nobre e Sempre Leal.
Faço aqui lembrar que durante o mês de Maio de 1384, estava a cidade de Lisboa prestes a ser cercada pelas forças castelhanas de dom João de Castela (o grande derrotado em Aljubarrota), mandou o mestre de Avis, Regedor e Defensor do Reino, à cidade do Porto, o seu especial emissário Rui Pereira, para obter cá galés, barcas, mantimentos e homens de armas para socorrerem Lisboa.
Falei aqui no mestre de Avis como Regedor e Defensor do Reino. Os politólogos definem esse seu cargo, isso quase como fruto, digamos assim, do primeiro golpe de Estado que foi levado a cabo em Portugal, tal através de uma movimentação política magistralmente estruturada pelo mestre de Avis e seus homens e apoiantes mais próximos e de confiança.
As orgulhosas gentes tripeiras contribuíram ainda com dinheiro e fizeram trazer de Inglaterra apoio militar, nomeadamente archeiros (do país de Gales) para a batalha de Aljubarrota, travada um ano mais tarde, isto é, em 14 de Agosto de 1385. Essa vitória militar (mas também política) portuguesa abriu as portas ao Tratado de Windsor de 9 de Maio de 1386, ao casamento de dom João I com dona Filipa de Lencastre em 1387, na cidade do Porto. Note-se a cronologia dos factos: a batalha em 1385, o tratado em 1386, o casamento em 1387. Uma interligação perfeita de datas.
Com estes aspectos que eu acabo aqui de reportar, dá para começarmos a ter uma percepção do porquê de ter tido lugar no Porto não apenas o casamento do casal real como, mais tarde, Filipa ter vindo grávida de Atouguia da Baleia para cá para ter aqui o seu quarto filho, o tripeiro infante dom Henrique.
Uma das teses que se apresenta para o nascimento do infante dom Henrique aqui no Porto está centrada numa decisão anteriormente assumida por dom João I no ano de 1392, pelo seu interesse em dar uma resolução à contenda entre a coroa portuguesa e os bispos da cidade do Porto, o que vinha ocorrendo, com incidência especial, desde os tempos do seu avô, dom Afonso IV.
Em grande parte tudo isso assim aconteceu dada a importância que o Porto teve no apoio ao mestre de Avis durante todo o processo da chamada Revolução Nacional de 1383-1385 e que legitimamente também podemos designar por Revolução do Porto, isso apesar de a sua génese ter tido lugar em Lisboa, capital política do reino. Se é verdade que tudo começou em Lisboa, foram os burgueses, os mercadores, os mesteirais e homens-bons do Porto que foram o seu grande suporte financeiro. Manda a justiça que assim se diga.
Sobre a Revolução ou Crise Nacional de 1383-1385 muitos autores portugueses gostam de insistir numa tónica em que se tenta e procura racionalizar a mesma dentro de um quadro de luta de classes, isto é, entre o povo e uma aristocracia terra- tenente. Eles esquecem-se, porém, que o país não estava dividido em duas facções sociais, antes em três partidos políticos da época. Passo a dizer melhor.
Tínhamos, assim, o partido legitimista de dona Beatriz, filha do rei dom Fernando, o partido legitimista nacionalista do infante dom João, filho do rei dom Pedro I e de Inês de Castro e, também, o partido nacionalista de dom João, mestre da Ordem Militar de Avis, filho também de dom Pedro I e, diz-se, de Teresa Lourenço.
Esta dedução de forças políticas e sociais existentes em Portugal por essa altura (Século XIV), em termos de estudos académicos, foi muito bem defendida e estruturada, pela primeira vez, pelos estudos históricos realizados pelo Professor Doutor Marcello Caetano.
Não quero nem posso de vos deixar aqui de dizer que dom João I, inicialmente, não morria de amores pelo Tratado de Windsor nem, tão-pouco, morria de amores por dona Filipa de Lencastre.
Filipa – sabia-o muito bem dom João I –, provinha de uma corte em Inglaterra, onde o seu pai, John of Gaunt, duque de Lencastre, vivia de uma forma desbragada. De facto era um homem que vivia escandalosamente, debaixo das mesmas telhas, com a mulher e a sua amante, Catarina Bonet ou Katherine Roet Swynford, de seu nome, dando esta por mestra perceptora às filhas. Uma opção deveras discutível, convenhamos.
Rezam as crónicas que Filipa não era uma mulher bonita, em termos físicos, é claro.
Filipa não era uma mulher meridional. Era uma mulher saxónica, fleumática, de face hierática, serena, fria, severa, com cabelos louros da cor do trigo durante o mês de Junho, de pele muito alva e de olhos azuis ingleses. Este é o retrato um pouco somático de Filipa que eu quase me atrevo a fazer-vos e que julgo estar muito aproximado dela.
Dom João I aceitou tal casamento de forma política (como era uso na época e pela chamada razão de Estado) por cálculo, digamos. Filipa de Lencastre fazia parte do último artigo (o décimo terceiro) do Tratado de Windsor. A muito breve trecho, porém, dom João I, modificou tudo o que pensava sobre Filipa. Esta introduziu na corte portuguesa uma Idade Nova.
Sobre Filipa de Lencastre, Isabel Stilwell, disse que foi a rainha que mudou Portugal. E foi verdade!
Não foi por acaso que essa espécie de outro Camões que foi o poeta Fernando Pessoa escreveu em 26 de Setembro de 1928 o poema D. Filipa de Lencastre, inserido no seu livro Mensagem.
O cronista Fernão Lopes, porventura usando uma expressão ousada, digo, chamou à dinastia de Avis como uma Sétima Idade. Uma expressão ousada porque sabemos que a Sétima Idade era uma expressão de Santo Agostinho que este usava para a Cidade de Deus. Mas, no fundo, o que Fernão Lopes quis dizer é que nasceu uma Nação Nova.
Podemos também afirmar que com o início da dinastia de Avis se instaurou o Primeiro Estado Novo português. Não sendo por isso por acaso que muitos historiadores designam a dita [dinastia] como a Monarquia Nova.
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Imagem "Porto a Pé" Da esquerda para a direita : Dr. Salazar Ribeiro e António dos Santos Silva |
Torna-se importante também aqui afirmar que o casamento de dom João I com dona Filipa de Lencastre, ao fundar a casa de Avis, põe como que um ponto final à Idade Média em Portugal. A Ínclita Geração (a mais alta geração) é disso um cabal exemplo. Dom Duarte, rei-escritor (do Leal Conselheiro), moralista, cabalista e astrólogo, o infante dom Henrique, dom Pedro, viajante, “O das Sete Partidas” (que trouxe para Portugal o Livro de Marco Polo), dona Isabel, grã-duquesa da Borgonha, dom Afonso V, ocultista, sua esposa Isabel, que era uma mulher extremamente culta e que fez traduzir para português o código das donzelas, Livre des trois Vertus, da autoria de Cristina de Pisano. A irmã de Isabel, a linda asceta, infanta dona Filipa (nome herdado de Filipa de Lencastre) era poetisa. Mas mais do que isso: foi a primeira poetisa portuguesa cujo nome aparece devidamente registado. Tudo isto já eram personagens de uma antecipada Renascença.
Quero muito particularmente aqui focar que dona Filipa de Lencastre, mãe da Ínclita Geração e madrinha da Expansão e Grande Aventura Portuguesa, era também uma mulher muito culta. Falava fluentemente latim e francês. Além disso fora cuidadosamente educada pelo seu tutor inglês, Geoffrey Chaucer que lhe dera a ler o seu Tratado do Astrolábio.
Penso que muito apropriadamente e compreensivelmente todos os aqui presentes questionarão (interiormente) o momento (se realmente é a altura certa) para a realização de uma minha dissertação ou, já agora, oração, sobre um tema como aquele que eu escolhi para aqui vos falar, isto é, sobre o casamento entre dom João I e a muito virtuosa senhora dona Filipa de Lencastre (da Casa real inglesa dos Plantagenetas) e do Tratado de Windsor.
Por certo que se interrogar-se-ão se neste momento que passa não existirão, aqui em Portugal, em termos das nossas preocupações e de reflexões que todos nós possamos fazer, temas e coisas muitíssimo mais urgentes e relevantes do que estarem para aqui a ouvirem eu falar-vos de um casamento acontecido aqui no Porto e de um Tratado ou Aliança Luso-Britânica, factos históricos esses que aconteceram há mais de seis séculos…
Vivemos num tempo em que, entre nós, está instalada a mais profunda Crise, que é política, económica, social e moral (ética), quase um tempo de trevas, que da forma mais tremenda afecta a sociedade portuguesa e a Nação. Tudo isto acontece num tempo miserável em que impera um mínimo ético e de acentuado individualismo hedonista, de um tempo de Idade Média Atómica. Mas sendo um tempo de grandes ilusões, tem, também, que ser um tempo de grandes esperanças. Um tempo que urge que o tornemos verdadeiramente claro, nem que para isso tenhamos que usar a verdade como um bisturi.
A razão primordial porque eu nesta minha dissertação falei do casamento de dom João I com dona Filipa de Lencastre, fruto directo do Tratado de Windsor, foi porque esse casamento e Aliança representou a superação da Crise de 1383-1385 e pode significar um fabuloso exemplo para superarmos a Crise que hoje nos assalta.
Se um dia voltarmos a seguir as ideias da dinastia de Avis, obviamente adaptadas aos modos de agora, então não tenhamos medo de voltarmos a perder. Ainda estamos a tempo de arrepiarmos caminho? Estamos. Mas tem que ser já!
E é precisamente nesse sentido que surgiu a Ideia de se realizar aqui, na cidade do Porto uma Recriação Histórica do casamento de dom João I com dona Filipa de Lencastre, do baptizado do infante dom Henrique. Ela não aparece como um mero acto de Memorialismo Histórico, antes como um poderoso instrumento para a prossecução de quatro (4) factores chave. De quatro factores que visam essencialmente, na hora presente, dar à cidade do Porto um momento para a sua grande afirmação, isso através de um formidável Evento. E quais são tais factores?
O primeiro para o Turismo Cultural – Uma resposta activa e inteligente ao turismo de plástico que começa a ser instalado.
O segundo para a Coesão Social – Para uma participação interclassista dos portuenses.
O terceiro para o reforço da Economia Local Tripeira, pelo fluxo de crescente turismo a que o Porto assiste.
O quarto para a Agitação Cultural – Para uma cultura popular e erudita.